Hoje vejo que algumas pessoas também viram algo que percebi
logo na primeira vez que joguei um RPG de papel clássico: eles possuem um
potencial didático ilimitado, que só depende da criatividade dos envolvidos. Com
isso vem um problema: quem não possui muita criatividade fica lesado e portanto
sua utilização nem sempre é viável em uma sala de aula. Acredito que a solução
seria a adaptação para o eletrônico, que simularia o imaginário de forma
visual.
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A representação visual de Final Fantasy XIV é impressionante, e certamente atrairia os jovens de uma sala de aula http://finalfantasy.wikia.com/wiki/Final_Fantasy_XIV |
Algumas pessoas
acreditam que o RPG surgiu juntamente com os videogames e todos os outros
gêneros de jogos. Felizmente isso não é verdade. O RPG é um jogo muito mais
antigo, que fez parte da infância e adolescência de muitas outras gerações que
não as atuais. O que se vê hoje são somente adaptações para consoles
eletrônicos dos clássicos, como D&D e Tormenta. Em tese estas adaptações
poderiam ser até melhores que os originais, porém no meio do caminho, muito se
perdeu.
Os RPG's
clássicos, jogados no papel, em uma mesa rodeada de amigos, traziam junto de si
um desafio para todos os que jogavam. Era necessário se esforçar para a criação
de seus personagens, criar enredos para seu passado, fazer planilhas de
atributos, raciocinando qual deveria ser mais ou menos favorecido de acordo com
sua estratégia de jogo. Nas partidas, devia-se saber imaginar e interpretar o
mundo descrito através de palavras, e estar ciente de que escolhas seriam
tomadas, definindo o rumo de sua jornada, para o bom ou ruim. Não se tinha
garantias, e por isso os jogadores deveriam estudar, pensar sobre as situações,
analisando cuidadosamente o que fazer em seguida. Não haviam limitações de
cenário: tudo era decidido por uma pessoa, que escolheria quais conhecimentos
seriam ou não exigidos dos jogadores. Se estes quisessem sobreviver, deveriam
se esforçar. Não havia volta.
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Por mais estranho que pareça, o esforço de se jogar RPG traz uma sensação revigorante! http://pt.wikipedia.org/wiki/Dungeons_%26_Dragons |
Esse é o tipo de
jogo adequado para o ensino. Um versátil, capaz de mudar suas faces e suas
características mais marcantes de acordo com o objetivo desejado. As adaptações
para o meio eletrônico falharam nisso: buscaram a facilidade ao preço da versatilidade.
Acredito que os jogos eletrônicos
estarão prontos para serem usados em sala de aula quando conseguirmos fazer
essa adaptação de forma fiel, em que, por exemplo, um professor, possa
arquitetar uma trama do jogo de acordo com o objetivo de sua aula. Os alunos
seriam atraídos pelo visual gráfico dos videogames e cobrados do conhecimento (conteúdos
da disciplina) necessários para vencer o jogo.
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